Mais uma viagem, mais um sonho antigo realizado
Mais uma viagem, mais um sonho antigo: realizar a travessia Petrópolis / Teresópolis.
Saímos à noite de Araucária: Luís e sua esposa Rosângela, eu e meu filho Lucas. Viajamos a noite toda e chegamos por volta das 10h em Petrópolis. Ainda deu tempo de conhecer alguns dos principais pontos turísticos dessa cidade tão histórica: a Casa de Santos Dumont, a igreja onde está sepultado Dom Pedro II e a Casa da Princesa Isabel.
Local: Parque Nacional da Serra dos Órgãos – RJ
Travessia: Petrópolis → Teresópolis
Duração: 3 dias
Participantes: 3 (Josimar, Luís, Lucas)
Sentido: Petrópolis → Teresópolis
Pernoites: Castelos do Açu / Pedra do Sino
Clima: Instável, com neblina e nuvens baixas principalmente no 2º dia
Nível geral: Difícil
Exposição: Alta em alguns trechos
Autossuficiência: Total
Dia 1 – Base Petrópolis → Castelos do Açu
- Distância: ~6,5 km
- Tempo de caminhada: ~7h30
- Desnível positivo: ~1.200 m
- Altitude máxima: ~2.245 m
- Terreno: Trilha em mata fechada, subida contínua e íngreme
- Dificuldade: Alta (esforço físico)
Partimos bem cedo para iniciar a travessia. Seguimos apenas eu, Luís e Lucas.
Antes das 9h já estávamos na trilha, rumo ao primeiro objetivo: o Castelo do Açu.
O início é marcado por bastante área de mata, até que começam as subidas — longas… aliás, bem longas. Depois de horas de esforço, finalmente chegamos ao alto e passamos a caminhar pelos cumes das montanhas.
Somente por volta das 16h30 alcançamos o abrigo do Castelo do Açu.
Conversamos um pouco com os guarda-parques, exploramos as redondezas e decidimos não montar barraca. Optamos por dormir sob uma pedra gigante que forma um tipo de abrigo natural. Foi fácil preparar o local: bastou retirar algumas aranhas e escorpiões, e pronto.
Preparamos uma bela janta e, sem demora, fomos dormir.
Dia 2 – Castelos do Açu → Portais de Hércules → Pedra do Sino
- Distância total: ~9 km (ida aos Portais incluída)
- Tempo de caminhada: ~9 a 10h
- Desnível acumulado: Alto (subidas e descidas constantes)
- Altitude máxima: ~2.275 m
- Terreno: Campos de altitude, rocha exposta, trechos técnicos
- Dificuldade: Muito alta
- Exposição: Alta
Acordamos bem cedo para ver o nascer do sol, que foi simplesmente incrível. Dali é possível ver as famosas montanhas da Serra dos Órgãos: Dedo de Deus, Escalavrado, Agulha do Diabo, entre outras.
Após um bom café da manhã, mochilas nas costas e seguimos caminho. Cerca de duas horas depois, chegamos à bifurcação que leva aos Portais de Hércules, local conhecido por ter uma das vistas mais bonitas da serra. Foram mais de uma hora de descida até finalmente chegarmos à beira do precipício.
Infelizmente, o tempo fechou bastante. Havia muita neblina e nuvens baixas, e pouco conseguimos ver. Ainda assim, o pouco que apareceu já deu para perceber o quão lindo é o lugar.
Voltamos para a trilha principal e seguimos o dia, pois ainda havia muita caminhada pela frente. O tempo fechou ainda mais; em alguns momentos, não dava para enxergar nem cinco metros à frente. Com muita cautela, fomos vencendo os desafios entre subidas e descidas.
Chegamos então ao famoso trecho do “Cavalinho”, onde é preciso escalar uma rocha e ficar praticamente montado nela para vencer a passagem. Com cuidado e calma, superamos o obstáculo.
Já perto das 17h, chegamos ao abrigo da Pedra do Sino. Montamos a barraca em um local bem tranquilo, ligamos para a família, jantamos novamente muito bem e fomos descansar.
Dia 3 – Pedra do Sino → Base Teresópolis
- Distância: ~11 km
- Tempo de caminhada: ~7h a 8h
- Desnível negativo: ~2.000 m
- Terreno: Trilha bem marcada, descida longa e contínua
- Dificuldade: Média (fisicamente desgastante)
Acordamos cedo e, em consenso, decidimos subir até o cume da Pedra do Sino para tomar café da manhã lá em cima — e foi a melhor decisão possível.
O visual estava espetacular. Conseguimos ver praticamente todo o percurso feito nos dias anteriores. Ficamos ali por um bom tempo, tirando fotos e aproveitando o momento.
Depois, descemos para desmontar a barraca e iniciar a longa caminhada rumo a Teresópolis. Achávamos que seria uma descida rápida… tranquila até foi, mas rápida nem um pouco. Parecia não ter fim.
Foram inúmeras curvas e descidas. Levamos cerca de cinco horas ou mais até chegar à base do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Dali, ainda encaramos mais duas horas de descida até finalmente chegar à base de Teresópolis
Travessia concluída com sucesso. Graças a Deus.
Ainda precisamos aguardar um Uber, que nos levou de volta a Petrópolis, onde estavam a Rosângela e nosso carro. Chegamos já quase à noite, pegamos nossas coisas no apartamento e seguimos para Teresópolis, pois no dia seguinte ainda teríamos mais aventuras pela frente.
Por: Josimar Cubis
Mais algumas fotos: