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domingo, 31 de março de 2013

Travesia Araçatuba / Tartaruga - 29, 30 e 31 de Março de 2013


Participantes dessa loucura: Jopz, Beto Janeczko, Eu (Josimar) e Edson 


- "Socorro me tirem daqui", foi o que passou na minha ou melhor na nossa cabeça nesses 3 dias de travessia.

A ideia era fazer a Travessia Araçatuba (Tijucas do Sul - PR) - Monte Crista (Garuva - SC) uma travessia de 73 Km nas montanhas. Bem como disse a ideia era essa...

1º dia:
-Saímos as 4h da manha de Curitiba eu e o Beto ficamos em Tijucas do Sul e o Edson com o Jopz desceram a serra pra Garuva com dois carros, deixaram um dos carros lá em Garuva que é onde chegaríamos no final da travessia, e retornaram pra Tijucas com o outro carro.
-Eu o Beto já fomos subindo o Araçatuba pra esperamos os outros no cume do Araçatuba, "Péssima ideia"já no inicio da subida começou a neblina que logo virou garoa e não demorou pra virar chuva, achamos um lugar protegido e ficamos ali por mais de uma hora esperando os parceiros, nessa hora já estávamos  encharcados e o pior com o pé molhado. por volta das 9:30h da manhã chegaram o Edson com o Jopz também molhados, cogitamos a ideia de abortar a missão, pois se continuássemos já sabíamos que andaríamos os próximos dias com o pé molhado, mas desistir não era uma opção e assim continuamos a subida.
-Antes das 11:00h já estávamos todos no cume do Araçatuba uma pausa rápida já que a caixa de cume estava sem caderno. De lá tocamos rumo ao Pico Baleia, a partir desse momento era tudo novo pra todos,  e começamos a seguir os tracks do GPS...
- Ai já começou um dos nossos pesadelos: Alguns perdidos e muito vara mato, como o visual era ZERO não conseguíamos desviar os varas matos e assim fomos levando tudo no peito até descer pro vale que divide o Araçatuba do Baleia, ai sim a coisa ficou feia,começou um bambuzal que não tinha fim ai rolou inúmeros perdidos e enrosco de todo o lado.
-Enfim passamos o vale e começamos a subir o Baleia, nesse ponto já não chovia mais e andávamos em alguns capim baixos tipo campos de altitude, chegamos no cume do baleia por volta das 14:00h, ali almoçamos rápido e seguimos nosso rumo, descemos o Baleia, contornamos o Pico Moreia pela direita e depois seguimos meio que em linha reta pra esquerda. Ai começou a ficar feia a coisa saímos de um vara mato e entravamos em outro e fomos assim até que por volta das 16:000h chegamos a Comfloresta.

-Comfloresta: Fundada em 1971 a Comfloresta: Cia. Catarinense de empreendimentos florestais está situada em Joinville - SC. Atua no seguimento de florestas renováveis nos estados de Santa Catarina e Paraná, com uma área de 45,8 mil Hectares, resumindo: É uma empresa que planta Pinus em boa parte das montanhas do Paraná e Santa Catarina.

 

- Esse lugar é chamado pelos montanhistas de "inferno verde" e faz jus ao nome. É uma emaranhado de arvores caídas e estradinhas sem fins andamos mais umas duas horas e achamos um bom lugar pra acampar e descansar desse primeiro dia exaustivo.

2º dia
 - Acordamos bem cedo tomamos um café e bora seguir nosso rumo, hora andávamos por estradinhas de pedra, hora pelo mato, alias, muito mato, hora por estradinhas cobertas de barro e assim foi seguindo nosso dia. 
- Já antes do almoço o Edson começou a reclamar de dores no joelho e "coitado" a dor só foi piorando, ele passou Gelol, tomou remédio, enfaixou e nada da dor passar, mas ali naquele lugar não tem opção e o negocio é seguir em frente.
- E assim foi nosso 2º dia andando o dia todo pela comfloresta, sem visual, a vezes com chuva até que no final da tarde chegamos ao final das plantações de pinus e chegamos aos campos da serra Quiriri, porem, com tempo fechado e garoa, nosso próximo ponto de referencia era o marco da divisa e lá chegamos quase a noite, só deu tempo de montar a barraca e nos recolhermos pra fugir do frio.

3º dia
- Acordamos ouvindo o Jopz cantando parabéns pro Beto e com um bolo nas mãos, acreditem se quiserem, mas era aniversario do Beto e o Jopz andou 2 dias inteiros com um bolo da casa suíça na mochila e o pior o bolo estava inteiro e saboroso.


- Ao contrario dos dias anteriores acordamos do lado do marco da divisa com o tempo aberto e sol e um visual incrível

-Marco da Divisa: Colocado ali em cima das montanhas em 1916 para simbolizar e marcar a divisa entre os estados de Paraná e Santa Catarina e selar uma acordo de paz entre os estados. 

 

- Porém, nessa hora já sabíamos que não iríamos concluir a travessia até o Monte Crista, ainda estávamos a dois dias de lá. E decidimos que dali iríamos rumo a Pedra da Tartaruga e dela desceríamos  até a BR-101 na fabrica de queijos. 
- 9:00h da manhã hora de seguir como o dia estava bonito tiramos varias fotos e andamos mais devagar pra curtir o visual, mas o joelho do Edson estava pior e antes do meio-dia decidimos passar tudo que estava na cargueira dele pra nossas cargueiras ai dobrou o peso, mas bora pra frente.
- pra piorar a bota do Beto estourou o solado tentamos de varias maneiras amarrar, colar, etc. mas volte e meia tínhamos que arrumá-la novamente.
- Perto das 16:00h chegamos a Pedra da Tartaruga ai o tempo fechou e não vimos mais nada, eu o Jopz subimos até o cume enquanto o Beto e o Edson fizeram um rango, o Jopz tinha levado um caderno pra deixar lá, mas a caixa de cume estava cheia de agua, sem problemas o Jopz tirou a camisa e secou a caixa, caderno assinado e deixado lá.

- A pior parte da travessia veio agora: Depois da pedra da Tartaruga começamos a descer rumo a BR-101 e isso sim foi descer, nunca na vida sofri tanto a descida não acabava nunca, trilha? que trilha, andamos o tempo todo em cima de uma barro preto e super escorregadio, descemos, descemos, descemos e descemos até que a sede bateu, pelo track pareia que o rio estava perto, mas não chegava nunca.
- Até que enfim chegamos no rio, bebemos meio rio de agua e tocamos pra BR-101 chegamos no local conhecido como fabrica de queijos as 02:00h da madrugada, todos quebrados, exaustos. Porem estávamos à uns 10 KM do ponto onde deixamos o carro lá em Garuva... "MEU DEUS E AGORA"



- Liguei para o Luis que estava em casa pedi ajuda e ele achou um táxi, que nos resgatou e assim pudemos pegar o carro do Edson, enfim todos salvos, ainda não na subida da serra o carro do Edson travou e não entrava mais marcha, paramos no meio da BR e no meio da serra, ligamos pro auto-socorro do pedagio que nos levou até um posto em Tijucas do Sul, dela eu o Edson retornamos de carona com o guincho que trouxe o carro do Edson, o Beto e o Jopz ainda tiveram que andar uns 6 KM pra pegar o carro que tinha ficado aqui em cima na base do Araçatuba ,quando chegaram lá alguém tinha feito uma cerca, isso mesmo uma cerca em volta do carro deles, eles tiveram que se virar nos 30 pra tirar o carro de la.

E foi assim a nossa árdua Travessia Araçatuba - Tartaruga

Segue algumas fotos... https://photos.app.goo.gl/BJRMw55SRmy6K1CC8