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domingo, 22 de abril de 2018

Travessia A-O - 20, 21 e 22 de Abril de 2018


Quase 10 anos de montanhismo, quase 10 anos sonhando e planejando essa travessia.


   Nada mais justo começar esse relato agradecendo a DEUS primeiramente por nos dar forças, agradecer também  as pessoas que fizeram possível essa travessia:

   Augusto: Grande amigo, que se propôs a nos levar no inicio da trilha e buscar-nos no final apenas pelo valor da gasolina.

   Nelson: Grande companheiro e ótimo montanhista, que mesmo sendo de ultima hora o convite, se fez parceiro e juntos por 3 dias realizamos essa conquista.

   Getúlio Vogetta e Mildo Ari: Obrigado pelos track’s e inúmeras dicas, sem vocês não teríamos realizado com sucesso a travessia.

   Enfim chegou a oportunidade, férias marcada na data certa, três meses de planejamento, um companheiro excelente, previsão do tempo não poderia ser melhor, carona acertada.

   Dia 20 de abril de 2018, 03:00 hrs da manhã, hora de acordar, embarcar no carro do Augusto, 04:00 hrs casa do Nelson e antes das 05:00 hrs já estávamos na fazenda aos pês do morro do canal. Ali encontramos o dono da fazenda acordado, pois o carro do corpo de bombeiro havia acabado de sair dali, haviam feito um resgate de montanhistas perdidos naquela noite. 

   1º Dia: Conversamos um pouco, mais sem demora começamos a subida ainda de noite, subida forte, porem subimos bem rápido e com uma hora de caminhada já estávamos no primeiro cume da travessia MORRO DO CANAL (1), em tempo vimos parte do nascer do sol, mais 50 minutos de caminhada e chegamos ao nosso segundo cume VIGIA (2). Apenas algumas fotos e segue o barco, na descida do vigia perdemos por um momento a trilha e rolou o primeiro vara mato, mas sem maiores dificuldade logo saímos na trilha novamente. 

Nelson - Cume do Morro do Canal
Josimar - Cume do Vigia


   Segue a trilha, mais uma hora de caminhada chegamos no FERRADURA (3) e mais um pouco de caminhada já estávamos no cume do CARVALHO (4), até esse ponto a trilha está bem definida e aberta por se tratar da mesma trilha que leva aos destroços do avião que caiu nessa região em 1963. (Ver relato). A trilha fechou um pouco mais não perdemos o ritmo, a nossa frente um dos inúmeros vales que existem nessa travessia, as 11:45 hrs chegamos no cume do SEM NOME (5), cume fechado de mato e sem visual, apenas uma única janela. Já que estávamos bem adiantados na trilha nós demos o luxo de uma parada mais longa para o almoço e um descanso.

   Energia renovada começamos a descida para mais um vale, o segundo pior vale da travessia na minha opinião, descida forte e subida mais forte ainda, as 14:00 hrs chegamos a mais uma montanha o MESA (6). Tal qual o Sem Nome o cume também é fechado mais tem uma única pedra que nós deu um visual 360º da travessia, o tempo estava perfeito, céu aberto e sem nuvens, mas o calor também já estava pegando, então sem demora começamos a descer para mais um vale, o pior e mais longo da travessia, trilha fechada, cheio de perdidos, descida íngreme, pegamos água no final do vale, ou seja, a subida foi mais pesada.

   Somente duas horas depois chegamos ao cume do ALVORADA 4 (7), nessa hora bateu a preocupação, pois segundo as dicas do Mildo teríamos que acampar em um dos Alvoradas, porém,  o Alvorada 4 é totalmente fechado impossibilitando qualquer chance de acampar ali e já estava ficando tarde, apertamos o posso até o próximo cume, 15 minutos depois chegamos no cume do ALVORADA 3 (8), alivio e alegria, o cume é perfeito: Plano, seco, com visual e protegido do vento.

  1º dia foi um sucesso, total de 8 Cumes e as 17:00 hrs já estávamos com acampamento montado.
Acampamento 01 - Cume do Alvorada 03

   2º Dia: Acordamos mais tarde que o planejado, mesmo assim as 08:00 hrs já estávamos na trilha, logo chegamos no ALVORADA 2 (9), mais uma vez entramos na mata, dessa vez era mata atlântica fechada, levamos mais de três horas pra sair em campo aberto, saímos no vale entre as montanhas Chapéu e Chapeuzinho, aos pés do cume do Espinhento, região de beleza esplêndida, pausa pra fotos e perna pra quem tem, mais um vale em frente, com destino ao cume do Pelado, descida tranquila com descanso e almoço no final do vale, subida puxada e longa com direito a paredões e cordas pra vencer os obstáculos.

Nelson - Cume do Pelado a frente

    Agora com passos lentos vencemos os desafios e as 14:15 hrs chegamos a uma montanha que a tempo sonho em conhecer o PELADO (10), nesse mesmo cume existe uma Asa de avião (pouco sei da historia). 


   Não tínhamos tempo a perder e sem demora partimos para mais um vale, lanchinho rápido próximo ao rio que tem no final da descida, começamos a subir já preocupados com a hora, quase duas horas de subida chegamos ao cume do ÂNGELO (11). 

Angelo e Leão ao Fundo
    Mais uma vez bateu a preocupação, já era mais de 17:00 hrs, todos cansados e com fome e o cume fechado e sem chance pra acampar ali. Deixei o Nelson por ali e corri pro cume do Leão que era do lado do Ângelo, pra nossa felicidade cheguei ao cume do LEÃO (12) e era perfeito, com boas áreas pra barraca, chamei o Nelson e logo já estávamos com acampamento montado. Noite perfeita, céu limpo rendeu jantar fora da barraca e excelentes fotos noturnas. 




   3º Dia: Acordamos bem cedo, decidimos tomar café da manhã no próximo ponto de água na trilha, sem demora desmontamos a barraca e as 08:00 hrs já estávamos caminhando para o ultimo dia da travessia. Descemos o Leão sentido Boa vista, andamos por cerca de uma hora até chegar num riacho, café da manhã reforçado e seguimos a trilha, subida longa, mas vencemos sem maiores problemas, logo chegamos em duas corretes/cordas ai foi só escalaminhar algumas pedras e chegamos a mais uma montanha o BOA VISTA (13), montanha essa já conhecida, tinha passado por ali algum tempo atrás, a partir dali a trilha já era conhecida, mas não mais fácil.
Cume do Boa Vista

   Mais 50 minutos de caminhada e chegamos a Pedra do Lagarto e ao Muralha, e as 12:20 chegamos ao cume do OLIMPO (14), ai foi só comemorar, a montanha estava cheia de montanhistas e tivemos nossos 15 minutos de fama, fomos recebidos como Reis, todos queriam saber como era a travessia, pediram até pra tirar fotos com a gente. Conversamos um pouco assinamos o livro cume e já partimos pra próxima montanha, agora já próximos de concluir a travessia.
Cume do Olimpo


  Cume do GIGANTE (15) foi à próxima montanha, só uma pausa pra água e segue o barco, as 14:00 hrs enfim chegamos a ultima montanha da nossa travessia a PONTA DO TIGRE (16), almoço rápido com o que sobrou dos dias anteriores.

Cume da Ponta do Tigre
   Sem esperar muito começamos a descida que naturalmente já não é fácil, agora imaginem de cargueira e depois de três dias de caminhada. 

Descida da Ponta do Tigre

  Pra completar com chave de ouro, durante a descida encontramos um grande ícone do montanhismo mundial,  uma pessoa que eu admiro muito por seus feitos, WALDEMAR NICLEVICZ, ele estava escalando por ali, quando nos viu de cargueira logo imaginou se tratar do Alpha-Ômega, nos tratou com muito respeito, batemos um belo papo e eu até tentei por um tempo acompanha-lo na descida, mas sem chance o cara anda muito, em certo momento alcançamos ele novamente, me ofereceu água e ate rendeu umas fotos.

WALDEMAR NICLEVICZ - Uma Lenda do nosso montanhismo
   Dia 22 de Abril de 2018 as 17:00 hrs chegamos na estação Marumbi, realizando um sonho e finalizando assim a travessia Alpha-Ômega. 2 Montanhistas, 3 Dias de clima perfeito, céu aberto, sem chuva, 16 Cumes, inúmeros vales com desníveis de todo o tipo. Como planejado foi tudo um sucesso.


   Pra finalizar as 18:10 hrs já estávamos no posto do IAP, onde foi o ponto de encontro com a nossa carona, que havia chegado ali uns 10 minutos antes, foi perfeito o horário de encontro.

    Um belo banho de rio, um lanche na lanchonete da BR-277, e assim concluímos essa grande travessia que pretendemos repetir um dia.

Por: Josimar Cubis

Outras Fotos:

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Historias da Serra - Torre Da prata

A Torre da Prata

Fonte: Site Cultura Mix (http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/historia-da-torre-da-prata)

  A chamada Serra da Prata, com 1.500 metros, está localizada próximo a Morretes, no Paraná, e tem como seu ponto culminante a Torre da Prata. A montanha é uma das mais difíceis de alcançar uma vez que para chegar até ela é necessário atravessar três biomas distintos: mata atlântica, planície litorânea e campos de altitude.

História da Torre da Prata

A História da Torre da Prata

   O nome dessa montanha foi o resultado de um brilho que era visto na encosta da mesma e que fez com que muitas pessoas acreditassem há muitos anos que existia prata no local. Com a possibilidade de encontrar o metal precioso muitos garimpeiros foram a Torre da Prata, mas não obtiveram sucesso. Uma das principais dificuldades para a garimpagem foi a mata atlântica. Nunca houve provas reais de que existia prata na encosta da montanha.
   A Torre da Prata é um ponto que se destaca na cordilheira serrana, uma montanha que tem uma posição de destaque e que serviu de referência do limite natural das fronteiras municipais para os navegantes. A conquista dessa montanha apenas aconteceu no ano de 1944, uma das últimas grandes do Paraná a serem conquistadas. A dupla que conquistou a Torre da Prata foi Gavião & Canguru cujos nomes são, respectivamente, Waldemar Buecken &, Antonio Setengel Cavalcante.



Torre da Prata – Um lugar Exótico

    Se existe uma palavra que pode definir o que é encontrado na Torre da Prata certamente é exótico.

   As árvores da região tem os formatos mais variados e enquanto faz a escalada é ouvir o canto das Arapongas assim como o chiado das Maritacas.

   Conforme se vai avançando pela Torre da Prata o tamanho da vegetação vai aumentando. Alguns exemplares de árvores do lugar são bem altas.

Parque Nacional Saint Hilaire Lange

    A Torre da Prata por vezes é escalada por palmiteiros e caçadores que saem da trilha principal para não serem pegos uma vez que a montanha integra a unidade de conservação chamada de Parque Nacional Saint Hilaire Lange. Esse parque ainda é recente e por isso passa ainda por um plano de manejo.

    O nome do parque é uma homenagem a uma naturalista francesa e a um biólogo ambientalista paranaense. A criação da unidade de conservação se deu devido a necessidade de preservar a montanha de oportunistas como os extratores ilegais de palmito e caçadores.

Parada Para Descanso

    Em geral quem resolve escalar a Torre da Prata aproveita uma pequena clareira que está a 600 metros. Depois desse ponto a escalada se tornará ainda mais difícil, é necessário escalar raízes e se firmar na mata em volta. A vegetação do entorno é bastante densa e atravessa uma crista de bambu seco.

   Também é importante ficar atento aos enormes blocos de rochas desmoranadas que aparecem no caminho. Nesse ponto já se está bem alto na Torre da Prata e a visibilidade é apenas da vegetação do entorno do pico

Historia da Torre da Prata (18).jpgHistoria da Torre da Prata (17).jpgHistoria da Torre da Prata (16).jpg

Chegando ao Cume

   Após passar por um longo e difícil trecho vertical chega-se ao primeiro ante cume passando pelas voçorocas e arbustos. Para ultrapassar essa parte da montanha é necessário passar por uma íngreme encosta e descer até um colo serrado por meio de escadas de ferro fincadas na crista.

   Depois disso é necessário passar por um caminho espesso e úmido, passar por uma mata arbustiva ao redor e escalar uma estreita fenda que fica entre muralhas imponentes. Vencidos todos esses desafios se chegará finalmente ao cume de 1496 metros.

No Alto

   Quando se chega ao topo da Torre da Prata é necessário ter uma atenção especial a temperatura, pois é natural que o corpo comece a sofrer pelo frio tanto pela baixada da adrenalina como devido ao vento forte. A visão que se tem no alto da montanha permite observar uma paisagem linda e deslumbrante composta por baías, ilhas e o oceano.

   Dentre os lugares que se pode ver de cima da Torre da Prata estão Praia do Leste, Matinhos, Paranaguá entre outras localidades do Paraná. Uma visão privilegiada e que permite a aqueles que a tem assinar o livro que fica no alto da montanha e que já foi assinado por diversos montanhistas famosos.

Historia da Torre da Prata (12).jpg

Fonte: Site Cultura Mix (http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/historia-da-torre-da-prata)

Torre da Prata - 11 de Abril de 2018

   Segue o ano...
   Montanha inédita, amigo montanhista inédito...



   A tempos que planejamos ir pra essa montanha, especialmente o Luis que sempre fazia questão de nós lembrar desse cume.

"A Torre da Prata
 A  Serra da Prata, com 1.500 metros, está localizada próximo a Morretes, no Paraná, e tem como seu ponto culminante a Torre da Prata. 
A montanha é uma das mais difíceis de alcançar uma vez que para chegar até ela é necessário atravessar três biomas distintos: mata atlântica, planície litorânea e campos de altitude.

A História da Torre da Prata
   O nome da montanha foi resultado de um brilho que era visto na encosta da mesma e que fez com que muitas pessoas acreditassem há muitos anos que existia prata no local. 
Com a possibilidade de encontrar o metal precioso muitos garimpeiros foram a Torre da Prata, mas não obtiveram sucesso. Uma das principais dificuldades para a garimpagem foi à mata atlântica.
 Nunca houve provas reais de que existia prata na encosta da montanha."

  Para Saber mais sobre essa montanha acesse o link: 

   Data definida, mesmo sendo dia de semana divulguei a ideia no Grupo Matas E Montanhas convidando a galera pra montanha, prontamente o Nelson da Silva Junior se juntou a nos.


  Saímos de Curitiba as 06:00 hrs, e por volta das 07:30 hrs já estávamos na trilha, subida forte e longa, a trilha se inicia na conta 103 do nível do mar e chega a 1497 metros de altitude, é subida que não acaba mais, aos poucos foram surgindo as primeiras janelas, de onde deu pra avistar as cidades de Antonina, Morretes e Paranaguá.

  Antes de chegar ao cume uma parada pra fotos na famosa Pedra do Altar.

   Após 6 horas de subida chegamos ao cume, visual abençoado dava pra ver tudo: Litoral, cidades litorâneas, ilhas do Mel, das Peças  e Superagui, as cadeias de montanhas do Ibitiraquire, Farinha Seca, Marumbi, Pico X e Serra da Igreja, mais ao fundo Araçatuba e serra do Quiriri.



  Ficamos por mais de uma hora no cume, cume esse que estava tomado por moscas, nunca vi um aglomero tão grande de insetos como vi ali.


 02:30 hrs começamos a descida, que foi muito mais tranquila e rápida que a subida, em menos de 04 horas concluímos a descida a tempo de tomar aquele banho de rio pra recompor os músculos.

Luis obrigado pela companhia e por sempre lembrar da torre da prata, sem duvida uma dos melhores visuais da nossa serra.


Nelson Valeu a parceria e as muitas conversar que rendeu nessa montanha, obrigado pela troca de experiência e que venham as próximas... Se Deus quiser essa parceria vai longe.


 
Por: Josimar Cubis
Mais Fotos:  https://photos.app.goo.gl/AvWn4cUf24xmjcpF6