Essa foi a 5º vez do MAISMONTANHA no Marumbi e enfim pegamos tempo bom.
A escolhida da vez foi a Ponta do tigre.
Trilha pesada, o tempo todo subindo e se agarrando, hora em raízes, hora em cordas e hora em correntes, mas o visual lá de cima compensa qualquer esforço.
Desde que fiquei sabendo desse grave e quase desconhecido acidente aéreo na nossa serra do mar,
fui atras de informações e descobri que o acidente foi em 1967 e morreram 23 pessoas.
Descobri também que alguns montanhistas tinham encontrados os destroços desse acidente e graças a ajuda do camarada Mildo (ver blog) conseguimos encontrar, quase 50 anos depois o que sobrou do acidente.
Quem estava nessa aventura: Edson, Luís e Josimar
Mais informações e fotos da época do acidente leia AQUIo artigo que nos do mais montanha fizemos.
No dia 03 Nov 67, um avião Dart Herald da Sadia, chocou-se contra o Morro
do Carvalho, Serra do Mar, Paraná, deixando um saldo de 23 mortos e 04 feridos.
No
momento do choque, o comissário de bordo Roberto Fonseca, advertia os
passageiros para apertarem os cintos, a Sra. Silvia Tavares preparava-se para
acomodar as crianças, o Sr. Leildo Cardoso, operador do rádio conversava com
o piloto e o Sr. Armando Cajueiro, relutava em colocar o cinto de segurança
por estar enjoado.
E
justamente estas quatro pessoas que não estando presas ao cinto de segurança,
sobreviveram ao desastre sendo lançadas para fora do avião. Desses quatro, a
Sra. Silvia foi a que menos se machucou, ficando imobilizada sob os destroços
e consciente o tempo todo.
O
avião caiu às 09:30h de uma sexta-feira, e imediatamente o COE seguiu para o
local sob o Cmd do Maj. Meirelles.
Sob
chuva e nevoeiro e oitenta graus de inclinação do morro, a tropa avançou
lentamente. Depois de uma noite inteira de escalada e já clareando o dia,
ouvem-se débeis ruídos de metal sendo batido. Novo ruído e todos seguem na
direção do som, que fora provocado pela Sra. Silvia Tavares, que ao bater de
forma regular nas ferragens, foi ouvida pelos integrantes do COE.
No
momento do resgate o COE encontrou quatro sobreviventes, a Sra. Silvia
Tavares, o Sr. Armando Cajueiro e mais dois que não resistem, falecendo em seguida
durante cirurgia
Estávamos nessa empreitada eu (Josimar) e o grande parceiro Edson, plena quarta-feira subindo montanha.
Saímos do fazenda PP rumo ao Ferraria via trilha de baixo do Taipabuçu, dia bonito e a trilha mais bonita ainda.
Passamos pelo cume do Taipa, fizemos uma parada rápida, livro assinado e bora seguir nosso objetivo, chegamos as 15:30 ao cume do Ferraria. Algumas fotos, livro assinado, hora de montar acampamento.
Quando estávamos com tudo pronto, chegaram mais dois montanhistas, isso mesmo!!! Mais dois montanhistas no ferraria em plena quarta-feira. Carinhas bacanas, ficamos até altas horas conversando, a noite estava muito linda, com direito a lua cheia e tudo.
Acordamos cedo no dia seguinte, enquanto o Edson tomava café fui dar umas bandas aos arredores do cume, foi quando achei a trilha pra da Face leste...
Voltei pra acampamento e conversei com o Edson, depois de mais de uma hora discutindo sobre o que fazer, o Edson deu a palavra final "VAMOS fazer a face leste, chegando em Antonina vemos como voltar pra fazenda PP pra pegar o carro".
E foi o que fizemos, as 9:00h da manhã começamos a descer a face leste, descida difícil, trilha pesada, bem marcada em alguns pontos, outros pontos sem marcação alguma, mas o visual um dos mais lindos que já vi.
A trilha só desce e o tempo todo contornando a parede do gigante Ibitirati, cada passo o visual muda e ficava mais lindo.
Por volta das 14:00 chegamos a trilha da Conceição, porem pra mim ainda faltava alguma coisa, foi então que decidi dar um pulinho até a Janela da Cotia e Disco Porto.
40 minutos depois de sair da trilha da Conceição chegamos a janela, ai pra mim foi só emoção, mais um sonho realizado.
Como já estava ficando tarde não demoramos muito, entramos no Túnel que esta feio de ver, todo desmoronando, pense no cagaço, tinha lugar que só passava de joelhos, mas chegamos ao fim do túnel e logo retornamos (vai que o troço cai).
Hora de ir rumo a Bairro Alto pra ver como voltar pra casa, mas não antes de tomar um belo banho no rio Cotia,
Chegamos no Bairro Alto as 16:45h e descobrimos que tinha um ônibus que sai as 17:00h rumo a Antonina, pegamos o Busão e as 18:00h já estávamos num táxi voltando pra fazenda PP pra pegar o carro.
Táxi pago, carro pego e agora sim voltar pra casa com um sentido de felicidade único....
E foi assim mais dois sonhos montanhísticos realizados, obrigado pela parceria Edson....
Estávamos eu (Josimar) e o Edson. No inicio do primeiro dia pensamos em ir pro Cerro verde, porem ao chegar no Tucum o tempo fechou, então montamos acampamento por ali mesmo...
Por volta das 16:00h chegaram mais uns 6 montanhistas, era a turma da Marcia e da Carol, o grupo subiu a montanha pra comemorar o aniversario da Marcia, e tivemos a honra de ser convidados pra festa.
Foi uma festa de queijos e vinho, isso mesmo, QUEIJOS E VINHOS no Tucum, comemos e bebemos, vimos a lua cheia nascer e ficamos conversando até altas horas. Pessoal bacana todos preocupados em preservar nossas montanhas...
No dia seguinte acordamos cedo e como não chegamos ao nosso objetivo no dia anterior, tinha algo engasgado na garganta, foi quando olhando a paisagem tivemos a ideia de ir de ataque pro Luar, e foi o que fizemos.
Deixamos as coisas pesadas na barraca e em menos de 2 horas de caminhada já estávamos no cume do Luar, trilha pesada, mas show de bola.
Na volta um desvio pra vermos a famosa pedra do Coiote (um amontoado de
pedras, que tem esse nome em menção a armadilha do Coiote do desenho do
papa-léguas).
Logo estávamos de volta ao Tucum, acampamento desmontado e hora de voltar pra casa, agora sim com sentimento de dever cumprido...
Participantes dessa loucura: Jopz, Beto Janeczko, Eu (Josimar) e Edson
- "Socorro me tirem daqui", foi o que passou na minha ou melhor na nossa cabeça nesses 3 dias de travessia.
A ideia era fazer a Travessia Araçatuba (Tijucas do Sul - PR) - Monte Crista (Garuva - SC) uma travessia de 73 Km nas montanhas. Bem como disse a ideia era essa...
1º dia:
-Saímos as 4h da manha de Curitiba eu e o Beto ficamos em Tijucas do Sul e o Edson com o Jopz desceram a serra pra Garuva com dois carros, deixaram um dos carros lá em Garuva que é onde chegaríamos no final da travessia, e retornaram pra Tijucas com o outro carro.
-Eu o Beto já fomos subindo o Araçatuba pra esperamos os outros no cume do Araçatuba, "Péssima ideia"já no inicio da subida começou a neblina que logo virou garoa e não demorou pra virar chuva, achamos um lugar protegido e ficamos ali por mais de uma hora esperando os parceiros, nessa hora já estávamos encharcados e o pior com o pé molhado. por volta das 9:30h da manhã chegaram o Edson com o Jopz também molhados, cogitamos a ideia de abortar a missão, pois se continuássemos já sabíamos que andaríamos os próximos dias com o pé molhado, mas desistir não era uma opção e assim continuamos a subida.
-Antes das 11:00h já estávamos todos no cume do Araçatuba uma pausa rápida já que a caixa de cume estava sem caderno. De lá tocamos rumo ao Pico Baleia, a partir desse momento era tudo novo pra todos, e começamos a seguir os tracks do GPS...
- Ai já começou um dos nossos pesadelos: Alguns perdidos e muito vara mato, como o visual era ZERO não conseguíamos desviar os varas matos e assim fomos levando tudo no peito até descer pro vale que divide o Araçatuba do Baleia, ai sim a coisa ficou feia,começou um bambuzal que não tinha fim ai rolou inúmeros perdidos e enrosco de todo o lado.
-Enfim passamos o vale e começamos a subir o Baleia, nesse ponto já não chovia mais e andávamos em alguns capim baixos tipo campos de altitude, chegamos no cume do baleia por volta das 14:00h, ali almoçamos rápido e seguimos nosso rumo, descemos o Baleia, contornamos o Pico Moreia pela direita e depois seguimos meio que em linha reta pra esquerda. Ai começou a ficar feia a coisa saímos de um vara mato e entravamos em outro e fomos assim até que por volta das 16:000h chegamos a Comfloresta.
-Comfloresta: Fundada em 1971 a Comfloresta: Cia. Catarinense de empreendimentos florestais está situada em Joinville - SC. Atua no seguimento de florestas renováveis nos estados de Santa Catarina e Paraná, com uma área de 45,8 mil Hectares, resumindo: É uma empresa que planta Pinus em boa parte das montanhas do Paraná e Santa Catarina.
- Esse lugar é chamado pelos montanhistas de "inferno verde" e faz jus ao nome. É uma emaranhado de arvores caídas e estradinhas sem fins andamos mais umas duas horas e achamos um bom lugar pra acampar e descansar desse primeiro dia exaustivo.
2º dia - Acordamos bem cedo tomamos um café e bora seguir nosso rumo, hora andávamos por estradinhas de pedra, hora pelo mato, alias, muito mato, hora por estradinhas cobertas de barro e assim foi seguindo nosso dia. - Já antes do almoço o Edson começou a reclamar de dores no joelho e "coitado" a dor só foi piorando, ele passou Gelol, tomou remédio, enfaixou e nada da dor passar, mas ali naquele lugar não tem opção e o negocio é seguir em frente. - E assim foi nosso 2º dia andando o dia todo pela comfloresta, sem visual, a vezes com chuva até que no final da tarde chegamos ao final das plantações de pinus e chegamos aos campos da serra Quiriri, porem, com tempo fechado e garoa, nosso próximo ponto de referencia era o marco da divisa e lá chegamos quase a noite, só deu tempo de montar a barraca e nos recolhermos pra fugir do frio.
3º dia - Acordamos ouvindo o Jopz cantando parabéns pro Beto e com um bolo nas mãos, acreditem se quiserem, mas era aniversario do Beto e o Jopz andou 2 dias inteiros com um bolo da casa suíça na mochila e o pior o bolo estava inteiro e saboroso.
- Ao contrario dos dias anteriores acordamos do lado do marco da divisa com o tempo aberto e sol e um visual incrível
-Marco da Divisa: Colocado ali em cima das montanhas em 1916 para simbolizar e marcar a divisa entre os estados de Paraná e Santa Catarina e selar uma acordo de paz entre os estados.
- Porém, nessa hora já sabíamos que não iríamos concluir a travessia até o Monte Crista, ainda estávamos a dois dias de lá. E decidimos que dali iríamos rumo a Pedra da Tartaruga e dela desceríamos até a BR-101 na fabrica de queijos. - 9:00h da manhã hora de seguir como o dia estava bonito tiramos varias fotos e andamos mais devagar pra curtir o visual, mas o joelho do Edson estava pior e antes do meio-dia decidimos passar tudo que estava na cargueira dele pra nossas cargueiras ai dobrou o peso, mas bora pra frente. - pra piorar a bota do Beto estourou o solado tentamos de varias maneiras amarrar, colar, etc. mas volte e meia tínhamos que arrumá-la novamente. - Perto das 16:00h chegamos a Pedra da Tartaruga ai o tempo fechou e não vimos mais nada, eu o Jopz subimos até o cume enquanto o Beto e o Edson fizeram um rango, o Jopz tinha levado um caderno pra deixar lá, mas a caixa de cume estava cheia de agua, sem problemas o Jopz tirou a camisa e secou a caixa, caderno assinado e deixado lá.
- A pior parte da travessia veio agora: Depois da pedra da Tartaruga começamos a descer rumo a BR-101 e isso sim foi descer, nunca na vida sofri tanto a descida não acabava nunca, trilha? que trilha, andamos o tempo todo em cima de uma barro preto e super escorregadio, descemos, descemos, descemos e descemos até que a sede bateu, pelo track pareia que o rio estava perto, mas não chegava nunca. - Até que enfim chegamos no rio, bebemos meio rio de agua e tocamos pra BR-101 chegamos no local conhecido como fabrica de queijos as 02:00h da madrugada, todos quebrados, exaustos. Porem estávamos à uns 10 KM do ponto onde deixamos o carro lá em Garuva... "MEU DEUS E AGORA"
- Liguei para o Luis que estava em casa pedi ajuda e ele achou um táxi, que nos resgatou e assim pudemos pegar o carro do Edson, enfim todos salvos, ainda não na subida da serra o carro do Edson travou e não entrava mais marcha, paramos no meio da BR e no meio da serra, ligamos pro auto-socorro do pedagio que nos levou até um posto em Tijucas do Sul, dela eu o Edson retornamos de carona com o guincho que trouxe o carro do Edson, o Beto e o Jopz ainda tiveram que andar uns 6 KM pra pegar o carro que tinha ficado aqui em cima na base do Araçatuba ,quando chegaram lá alguém tinha feito uma cerca, isso mesmo uma cerca em volta do carro deles, eles tiveram que se virar nos 30 pra tirar o carro de la.
E foi assim a nossa árdua Travessia Araçatuba - Tartaruga
Nos do "mais montanha" já pensamos em ir menos ao PP devido ao excesso de pessoas e tal.... Mas é impossível a visão lá de cima é unica, melhor ainda quando acertamos o dia como dessa vez.
Acampamos pela primeira vez no cume, ai foi só aproveitar pra tirar as chapas....
PS. Triste foi saber que alguns dias depois o cume do PP foi tomado pelo fogo, aparentemente não queimou muito mas poderia ter sido uma tragédia... Ver reportagem
POR FAVOR não acendam fogueiras nas montanhas ....
(Viena, 9 de agosto de
1912 — Curitiba, 24 de outubro de 2008) foi um Engenheiro, montanhista e
orquidófilo austríaco radicado no Paraná. Conhecido como "Professor",
pelas inovações que contribuiu a escalada técnica, também foi pintor, poeta e
músico entre outras atividades.
No dia 9 de agosto de 1912, nascia em
Viena, capital do Império Austro-Húngaro, Erwin Gröger, filho único de uma
família altamente acadêmica e intelectual, pela linhagem paterna, e de pequenos
agricultores e humildes artesãos, pela parte materna. Quando contava com dois
anos de idade, estourava na Europa, a I Grande Guerra Mundial, transformando a
Áustria, até então Império, em República. 1
Neste período cresceu se dedicando aos
estudos elementares e ao violão clássico, que estudou por 4 anos.
Foi ainda em sua terra natal que ele
aprendeu a escalar e a apreciar as montanhas. Durante muito tempo foi um
apaixonado pelas Dolomitas, um grupo de montanhas nos Alpes orientais na divisa
da Áustria com a Itália. Sua separação com as montanhas alpinas ocorreu em 1938,
quando a Alemanha nazista anexou seu país e então o jovem Erwin, já com 26
anos, casado e pai de uma filha veio ao Brasil.
Iniciou-se então, um período longo e
penoso para a família Gröger, que não sabia exatamente que destino tomar. O
visto de permanência foi liberado com certa facilidade, pois o governo
brasileiro, na época, recebia bem, imigrantes qualificados. Também dominava
perfeitamente cinco idiomas, inclusive o português, falando fluentemente todos
eles. Até fixar residência definitivamente em Curitiba, onde trabalhou por 15
anos como professor no Seminário Menor de Nova Orleans, percorreu muitos
lugares pelo sudeste e sul do país, trabalhando como ajudante de caminhão,
vendedor e representante
Em 1946, em um passeio a Igreja do
Rocio, em Paranaguá, pela famosa estrada de ferro Curitiba – Paranaguá,
conheceu pela primeira vez o Conjunto Marumbi. Algumas semanas depois, voltava
acompanhado de outro notóriomarumbinista da época, 'Orisel Currial', onde
juntos, depois de algumas investidas, conquistaram a fenda principal, no
Abrolhos.
Até a sua chegada em Curitiba, a
escalada ainda era muito rudimentar no pais, não havia informações sobre
técnicas, nós e equipamentos. Muitas ascensões realizadas antes dele, eram
feitas na raça e sem muito conhecimento. O apelido de Erwin advém exatamente
por suas contribuições em ensinar as técnicas de escalada que ele havia
aprendido na Europa, ajudando enormemente no desenvolvimento do montanhismo
moderno no Paraná e no Brasil.2
Depois desta experiência, Erwin
realizou inúmeras escaladas, muitas delas solitárias, no Anhangava, Pico Paraná
e Marumbi. De suas excursões pela montanha surgiu a paixão pelas orquídeas.
Esta sensibilidade levou-o fundar a 25 anos atrás a sociedade Paranaense de
Orquidófilos.
Em 1964, começou a dedicar-se pintura,
herança de família. Os temas das pinturas são variados, com preferência para
montanhas e orquídeas. Pode-se classificar suas pinturas como acadêmicas, com
influência impressionista.
Quando aposentou-se como professor pelo
INPS, fazia traduções para a revista Emanuel e também para o consulado da
Áustria em Curitiba, onde era tradutor oficial. Foi casado com Franziska
Gröger, a Fanny, com quem teve uma filha, e três netos.
Fonte: Wikipedia
Jose Wille da radio CBN Entrevistando Erwin Gröger...